29 de ago. de 2013
25 de ago. de 2013
O CURRÍCULO PARA A CONSOLIDAÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO
EMANCIPATÓRIA
Marcos A. C. Pimentel
“a diversidade cultural é a riqueza da humanidade.
Para cumprir sua tarefa humanista, a escola precisa mostrar aos alunos que
existem outras culturas além da sua. Por isso, a escola tem que ser local, como
ponto de partida, mas tem que ser internacional e intercultural, como ponto de
chegada. (...) Escola autônoma significa escola curiosa, ousada, buscando
dialogar com todas as culturas e concepções de mundo. Pluralismo não significa
ecletismo, um conjunto amorfo de retalhos culturais. Significa sobretudo
diálogo com todas as culturas, a partir de uma cultura que se abre às demais.”
(Moacir Gadotti)
Ah, essa juventude!
Não é para desprezar a grande
diversidade que encontramos em cada esquina. Jovens adolescentes com sua
diversidade cultural. Trejeitos, adornos pelo corpo que virou moda entre eles
dada a grande massificação dos piercing no umbigo, encravada nas orelhas,
língua, nos supercílios, no nariz entre outras partes. Eis aí um jovem
adolescente que carrega consigo essas características físicas e a reboque um
linguajar que difere a todo o instante dada a dinamicidade dos meios de
comunicações encarregados de disseminar o diferente impactante, que projeta,
que coloca em evidência as práticas que gerarão um novo mercado de consumo. É
desse jovem que ainda na adolescência que opta por querer ser professor ou
professora que queremos refletir. Esse ser que ainda adolescente é aprovado
para entrar em sala de aula e passar conhecimentos que por sua vez teve como
seu professor outro que não coaduna com o seu tempo; com as suas
características culturais, que a todo o momento é alvo de sedução por ser ele
um produto ainda a ser alcançado, pois dele poderá extrair e incutir ideias
mais inovadoras.
A Organização Mundial da Saúde
classifica a adolescência dentro da faixa etária entre 10 e 19 anos, já o
Estatuto da Criança e do Adolescente classifica a adolescência a faixa etária
que vai de 12 até os 18 anos, onde acontecem diversas mudanças físicas,
psicológicas e comportamentais. Outras classificações são feita como, por
exemplo, este parâmetro já apresentado, contudo indo até 20 anos e dividido em
três distintas etapas: a pré puberdade onde se dá a aceleração abrupta
no crescimento; a puberdade marcada pelo crescimento dos órgãos
reprodutores e onde o lado emocional é muito confuso e a pós-puberdade
entre quinze e vinte anos onde a cobrança à responsabilidade será intensamente
cobrada e as escolhas sobre sua situação profissional, entre outras nortearão a
vida neste final de fase de vida.
Temos aí um indivíduo que diante
de tanta transformação interna (involuntária) e externa (também involuntária
dada a sua formação no meio social) vê-se diante de dilemas a serem dirimidos.
Fica então para nossa reflexão a
pergunta inquietante e incessante: Qual o currículo a ser empregado em sala de
aula? Como levar este adolescente a tornar-se autocrítico?
Não se pode atribuir à escola
todo o conhecimento adquirido pelo adolescente. No meio social em que nasce e
cresce interagindo com integrantes da família e vizinho - que são geralmente
seus primeiros agentes de interação - o adolescente adquire saberes que só é
comum àquele meio. Assim quando ele chega à escola tem conhecimentos de muitas
regras, conceitos, preceitos, no entanto, hoje a escola chamou para si esta
responsabilidade. Sabedor que o adolescente ao chegar à escola com
conhecimentos diversos fruto da cultura do meio em que vive o educador deverá
conciliar o currículo estabelecido e a sua cultura.
É o currículo que se apresenta
na forma escrita, como uma norma a ser seguida pelos professores, geralmente
apresentando fundamentação teórica, concepção pedagógica apontando formas de
ensinar, incentivando alguns procedimentos e desaconselhando outras.
É comum ver que ao final de um
período escolar tal currículo apresentado no início já está impregnado de
fazeres diversos como reforços de condutas racistas, sexistas, elitista etc;
São domesticados emoções, desejos e a regulação das situações e possibilidades
de afeto entre outros que dependendo do grupo formado e das condições sociais
do momento o currículo terá que dar lugar à alguma aplicação extra que
viabilize, por exemplo, apaziguar possíveis conflitos de violência que esteja
acontecendo.
Uma resistência natural aos
currículos impostos pelas redes de ensino público dá-se pela grande
complexidade da diversificação de culturas de várias localidades. Como já
dissemos anteriormente a cada instante o adolescente é levado a adaptar-se ao
modismo, pois se assim não o fizer estará fadado a exclusão do grupo a que
pertence. Pais e professores responsáveis pela educação deste jovem veem-se,
muitas vezes impotente para driblar as mazelas criadas por eles dadas as
influências externas e a necessidade que tem em ser incluído no grupo. Esse
modismo nada mais é do que a cultura desse grupo que teima a todo instante
mudar. Então se muda o currículo para adaptar-se aos novos fazeres desses
alunos adolescentes. Ressalta-se, no entanto que o currículo não mudará com
tanta destreza/rapidez como muda a cultura do jovem, pois a dinâmica das
relações sociais dá-se mais rapidamente Neste sentido um currículo cristalizado
de pouco ou nada valeria se não levasse em conta a cultura juvenil e todo o seu
dinamismo e complexidade. No entanto vale ressaltar que esse dinamismo pode
variar no sentido do que se quer com a sua rápida ou sua lenta assimilação.
Por isso o currículo deve levar
em conta os traços culturais do indivíduo e toda sua história: as descendências
étnicas e culturais, os gêneros humanos; orientações sexuais; status social e
poder aquisitivo; as dificuldades e interações apresentadas pelos portadores de
necessidades especiais: as etnias; os diferentes grupos de convívios e
ambientes culturais de adolescentes e jovens; orientações religiosas; os
padrões estéticos e aspectos físicos de cada indivíduo dentro de sala de aula.
As instituições escolares poderão ainda promover situações de interação, onde a
presença de diferenças se manifeste e seja enfrentada nas suas diferentes
conjunturas e representações. E mais: os conteúdos, ao expressar experiência
social acumulada, devem também contemplar as experiências da diversidade de
ambientes culturais das alunas e alunos para orientar as atividades pedagógicas
em sala de aula.
Nesse sentido as instituições
escolares são ambientes multiculturais onde deverão ser trabalhados os diálogos
entre as diversas culturas. O convívio dos alunos e alunas assim como entre o
professor e os alunos deverão ser de harmonia cultural. O professor de posse
dos conhecimentos e conflitos existente entre adolescentes que querem se auto
afirmarem existente nas escolas trabalhará os fazeres culturais do aluno e toda
sua teia de conhecimentos adquiridos em diversas mídias, quebrando as corrente
culturais existentes e atando-as uma às outras entre esses grupos de jovens.
O professor deverá levar em
conta que os adolescentes que frequentam as instituições escolares expressam a
sua cultura vivida e são portadores de saberes produzidos em seus grupos de
convívios. Estes saberes, comumente, guardam em si muito da experiência vivida.
Assim as tradições míticas e folclóricas estarão presentes nos fazeres destes adolescentes
e trazem à sala de aula produtos da indústria cultural veiculados pela cultura
de massas assim como saberes acessados em diferentes pontos das mídias. O
acesso a internet, os vídeos games, permite que o indivíduo ao acessá-los se
interesse pelos modos de como são feitos, lê suas regras, os seus
passos-a-passos de como acessar, as viabilidades de acesso e as percepções de
que existem várias maneiras de se escolher caminhos para se chegar a vários
lugares, entre outros; a televisão que exibe diferentes tipos de acesso em
função da variedade de oferta de programas; As mídias impressas e sites da
Internet veiculam publicações, assim como rádios e canais de televisão produzem
programas dirigidos a adolescentes que acessados por alguns, são transmitidos oralmente
para vários outros.
É nessa perspectiva que a
identidade de adolescentes não pode ser desprezada e nem desqualificada pela
instituição escolar, pois tais expressam padrões de convívios, que articulam
valores, condutas e linguagens que podem assegurar harmonias ou conflitos se
não forem bem trabalhados.
Como vimos não dá para se fechar
num currículo e fazer de conta que as pessoas têm a mesma cultura e delas
usufruem passivamente.
Então o educador dobrará sua
atenção, pois o caminho a ser percorrido terá que ser o de conciliação.
Outra particularidade que nos
chama a atenção são os diálogos que podem ser o cerne das divergências. Uma
frase, um apelido, uma explicação, um olhar que pode significar algumas
palavras numa determinada comunidade pode ser interpretada de uma forma
diferente na outra. Como as atitudes, as regras, a forma de saudar pode ser
diferente. Detectado essas anomalias o educador se utilizará de ferramentas que
podem partir de uma simples conversa e ir até um projeto que enfatize as
divergências existentes.
As propostas curriculares não
podem ser “engessadas”. As instituições, seja ela pública ou particular,
deverão impregná-las de possibilidades onde o educador terá mobilidade para
viabilizar o ensino para esses jovens conforme cada grupo que se formam ano
após ano e momento após momento dado a dinâmica que os acontecimentos se dão em
nossos dias.
O educador por sua vez deverá se
empenhar em ter a sensibilidade e convicção daquilo que pretende passar aos
seus educando para que não se perca em suas próprias palavras ou caia no vazio
não tendo a certeza daquilo que se quer fazer. É importante ao educador se
questionar ao planejar uma estratégia de intervenção: pra quê? Pra quem? Por
quê? Devem permear a vida profissional do educador.
Outro aspecto a ser considerado
é do próprio estado físico que é constituído a escola. As suas dependências e
critérios de utilização são diferentes em cada região. E para ser mais específico,
muda de uma entidade para outras. Cultura do uso das instalações que se
modificam agindo sobre o indivíduo que terá que conjugar as várias formas dos
fazeres e o seu desprendimento em relação ao ensino. Tal especificidade é bem visível
quando o indivíduo é transferido de uma escola para outra. Mas para ser mais
claro tomamos como exemplo o filme “O Jarro”. É de extrema diferenciação o
comportamento do professor e dos jovens alunos e de seus pais por conta de um
vasilhame de água importante para o funcionamento da escola. Todo um drama é
vivido desde a sua quebra, a sua nova aquisição e o seu transporte, pois a
necessidade deste utensílio era de fundamental importância para o funcionamento
da escola.
Fomos ao Irã na captura de um
exemplo, mas debaixo de nossos olhos estão ocorrendo outras necessidades que
não percebemos e que fazem parte ou que serão inseridos no cotidiano do aluno.
Outro aspecto a ser considerado
pelo educador diz respeito ao que ele fala ou dar exemplos, pois o que parece
corriqueiro a um, não se traduz em nada para o outro. Nessa percepção que
traduz os fazeres dos alunos é que deverá traçar uma linha de pensamento que
englobe toda cultura existente em sala de aula de modo que todos possam ser
atingidos por sua fala.
Exemplo simples é quando o
professor cita alguma passagem em filme, novela, etc... Que foi exibido no
canal de televisão “X”. Pode ser que nem todos tenham a cultura de assistir
novelas ou filme na televisão ou não têm o aparelho em casa. Logo a sua fala é
vã. Não conseguiu unir as várias formas de culturas existentes em sala de aula.
Nesse sentido é que devemos
pensar na necessidade de se reinventar a escola, local de conflitos sim, de
experiências e conciliação que pode englobar fazeres diverso sim, mas torná-lo
um local de negociação e troca de conhecimentos pode e deve ser o objetivo
primeiro de quem cogita dela fazer o seu lócus de aprendizado.
A escola está chamada a ser, nos próximos anos,
mais do que um lócus de apropriação do conhecimento socialmente relevante,
o científico, um espaço de diálogo entre diferentes saberes científicos,
social, escolar, etc. – e linguagens. De análises crítica, estímulo ao
exercício da capacidade reflexiva e de uma visão plural e histórica do
conhecimento, da ciência, da tecnologia e das diferentes linguagens. (CANDAU,
ano? p.14)
Assim se prosseguirmos os
exemplos seriam intermináveis, mas os olhares atentos do educador terão que
transpor as barreiras impostas pela cultura diversificada. Se não unindo ao
menos conciliando de maneira harmônica os saberes diversos dentro de uma sala
de aula.
Aos que se propõem a elaborar um
currículo que o façam com sensibilidade e deixando sempre margens à inserção de
novos fazeres dada a diversidade cultural encontrada em sala de aula e que poderá
ser trabalhada em beneficio de todos.
Ampliando a discussão, em
respeito ao fragmento textual de Moacir Gadotti no início desse artigo, é
pertinente reafirmar que a discussão pode e deve ampliar para âmbito
internacional. Aliás, já é lei onde se insere a cultura africana no currículo
escolar. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que "altera a Lei nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996, onde se insere "estudo da História da
África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira
e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo
negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do
Brasil" (art. 26-A, § 1º).
Assim particularizar a questão
do adolescente no ensino escolar e seus conflitos é de suma importância, mas
não esquecer que os conflitos multiculturais transcendem fronteiras e que
também devem ser compreendida como indispensáveis para entender as culturas
locais.
REFERÊNCIAS
CANDAU, V. M. p. 14.
CORDIOLlI, Marcos. Disponível em
http://www.adolescencia.org.br/portal_2005/secoes/saiba/saiba_mais_corpo.asp?secao=saiba&tema=corpo.
Acessado em 7/10/2010 às 21:35h.
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa. Currículo,
diferença cultural e diálogo. Educ. Soc. [online].
2002, vol.23, n.79, pp. 15-38. ISSN 0101-7330.
SILVA, Tomás Tadeu. “Documentos de Identidade: uma
introdução às teorias do currículo”. Belo Horizonte; Autêntica, 2002. p. 85-90.
PLANEJAR - O MELHOR JEITO DE ATRAIR OS ESTUDANTES
Conhecer o que os alunos precisam saber (as chamadas expectativas de aprendizagem) facilita o alinhamento das atividades para o ano.
Daniela Almeida (novaescola@atleitor.com.br)
Planejamento
Artigo
O bom planejamento envolve toda a rede municipal ou estadual (na definição de
objetivos comuns), a comunidade escolar (na definição das metas de cada
instituição específica) e, claro, os professores (na definição de como os
conteúdos serão trabalhados em sala de aula). Nesse momento, é fundamental ter
em mente aonde se quer chegar - ou seja, explicitar as chamadas expectativas de
aprendizagem para poder pensar nas melhores formas de trabalhar cada um dos
conteúdos (leia nos quadros que acompanham esta reportagem um resumo do que se
espera que os alunos saibam ao fim dos cinco primeiros anos, em Língua
Portuguesa e Matemática, com base em documentos das secretarias de Educação do
estado e do município de São Paulo).
Infelizmente, ainda há poucas redes e escolas trabalhando com expectativas bem definidas. Mas é importante saber que elas nada mais são que a descrição dos conteúdos e das habilidades essenciais a desenvolver em cada disciplina. Além disso, devem mostrar como o domínio de cada conteúdo avança ao longo da escolaridade. Se no 1º ano o aluno precisa saber produzir um texto ditando-o ao professor, as metas para o ano seguinte devem prever qual o próximo passo desse aprendizado (produzir, por conta própria, re-escritas de histórias conhecidas, por exemplo). Em Matemática, as crianças começam a ter contato com tabelas simples no 1º ano - para poder chegar ao 5º interpretando dados de representações com dupla entrada. E assim por diante, em cada disciplina.
Na vida real, essa primeira etapa da definição de conteúdos se dá antes mesmo do início das aulas, quando são identificados os grandes temas a ensinar. Se você vai lecionar para a mesma série que no ano anterior, uma boa estratégia é olhar para trás e observar o que funcionou - e quais objetivos não puderam ser alcançados. Com base nos registros (anotações no caderno, avaliações dos alunos etc.), é preciso avaliar: os conteúdos foram absorvidos pela turma? Consegui cumprir as metas? O que vou fazer diferente para que todas as crianças efetivamente aprendam o que é necessário?
Depois da fase inicial de avaliação diagnóstica, o próximo passo é colocar as novas metas no papel. O que realmente importa é que esse material seja consultado e reavaliado por várias vezes ao longo do ano. O modelo mais tradicional é montar uma lista de conteúdos. Mas você pode construir uma tabela, com colunas dedicadas ao conteúdo, às estratégias de ensino, às ferramentas utilizadas (tipo de material didático) e aos objetivos a serem alcançados.
"Infelizmente, esse exercício é muito menos comum do que deveria em nossas escolas", reforça Marta Nornberg, do curso de Pedagogia do Centro Universitário La Salle, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. "Ainda somos, enquanto professores, profissionais que pouco registram o que projetam realizar. Daí a necessidade de articular uma construção definindo o que se quer (aonde chegar), como fazer isso, o conjunto de estratégias de ensino, por quanto tempo usar cada uma delas e com que profundidade trabalhar os conteúdos" (leia aqui uma reportagem sobre as formas de organizar as aulas).
Marta sugere destrinchar os conteúdos numa grade semanal, variando tanto as atividades de sala de aula como os tipos de lição de casa. Outra sugestão da especialista é fazer com que a tarefa puxe o assunto do dia seguinte de forma a amarrar a continuidade do planejamento. "Cada professor deveria cultivar um diário", afirma Marta. "Ao fim da aula, é enriquecedor o processo de registrar o que foi vivido em sala. E o ideal é relatar em detalhes o desenvolvimento das tarefas, a participação dos alunos, suas próprias reações etc. Só assim é possível ref letir sobre o que foi feito."
À primeira vista, a tarefa pode parecer simples, mas definir os conteúdos curriculares com base nas expectativas de aprendizagem para o ano letivo exige respeitar a sequência dos objetos de ensino. Além disso, é fundamental dominar as didáticas desses conteúdos para conhecer o percurso da turma e, sobretudo, conseguir avaliar os problemas pelos quais os alunos estão passando. Só assim é possível propor exercícios e planos de aula que façam todos avançarem.
Tudo isso sem deixar de lado as características próprias das crianças. "Não podemos esquecer que cada uma é um sujeito, com origem social, cultural e histórica peculiar. Por isso, é bom levantar o máximo de informações sobre a turma antes de dar início ao processo", afirma Marta Marandino, professora de Metodologia do Ensino da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Todo ano, a professora Andrea Maciel usa os primeiros dias de aula para fazer um diagnóstico da turma de 4º ano na EMEF João Belchior Marques Goulart, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre. "As atividades servem para descobrir a partir de que ponto devo continuar desenvolvendo os conteúdos. Uso essa informação para montar o planejamento, levando em consideração as metas preestabelecidas." Conversar com os colegas para conhecer melhor os alunos é outra iniciativa positiva. "Aqui, na escola, temos um combinado: se alguém percebe que algo não progride, buscamos apoio nos outros professores e na coordenação. Às vezes, eu estou fazendo coisas que são óbvias para mim, mas para os estudantes não. E só alguém de fora consegue identificar essa falha no processo de ensino." Esse espaço para a realização do planejamento coletivo, por disciplina ou por série, está se tornando cada vez mais comum em escolas, pois proporciona a troca de experiências e aumenta o repertório de boas práticas: quais estratégias de ensino funcionaram para tal conteúdo?
Infelizmente, ainda há poucas redes e escolas trabalhando com expectativas bem definidas. Mas é importante saber que elas nada mais são que a descrição dos conteúdos e das habilidades essenciais a desenvolver em cada disciplina. Além disso, devem mostrar como o domínio de cada conteúdo avança ao longo da escolaridade. Se no 1º ano o aluno precisa saber produzir um texto ditando-o ao professor, as metas para o ano seguinte devem prever qual o próximo passo desse aprendizado (produzir, por conta própria, re-escritas de histórias conhecidas, por exemplo). Em Matemática, as crianças começam a ter contato com tabelas simples no 1º ano - para poder chegar ao 5º interpretando dados de representações com dupla entrada. E assim por diante, em cada disciplina.
Na vida real, essa primeira etapa da definição de conteúdos se dá antes mesmo do início das aulas, quando são identificados os grandes temas a ensinar. Se você vai lecionar para a mesma série que no ano anterior, uma boa estratégia é olhar para trás e observar o que funcionou - e quais objetivos não puderam ser alcançados. Com base nos registros (anotações no caderno, avaliações dos alunos etc.), é preciso avaliar: os conteúdos foram absorvidos pela turma? Consegui cumprir as metas? O que vou fazer diferente para que todas as crianças efetivamente aprendam o que é necessário?
Depois da fase inicial de avaliação diagnóstica, o próximo passo é colocar as novas metas no papel. O que realmente importa é que esse material seja consultado e reavaliado por várias vezes ao longo do ano. O modelo mais tradicional é montar uma lista de conteúdos. Mas você pode construir uma tabela, com colunas dedicadas ao conteúdo, às estratégias de ensino, às ferramentas utilizadas (tipo de material didático) e aos objetivos a serem alcançados.
"Infelizmente, esse exercício é muito menos comum do que deveria em nossas escolas", reforça Marta Nornberg, do curso de Pedagogia do Centro Universitário La Salle, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. "Ainda somos, enquanto professores, profissionais que pouco registram o que projetam realizar. Daí a necessidade de articular uma construção definindo o que se quer (aonde chegar), como fazer isso, o conjunto de estratégias de ensino, por quanto tempo usar cada uma delas e com que profundidade trabalhar os conteúdos" (leia aqui uma reportagem sobre as formas de organizar as aulas).
Marta sugere destrinchar os conteúdos numa grade semanal, variando tanto as atividades de sala de aula como os tipos de lição de casa. Outra sugestão da especialista é fazer com que a tarefa puxe o assunto do dia seguinte de forma a amarrar a continuidade do planejamento. "Cada professor deveria cultivar um diário", afirma Marta. "Ao fim da aula, é enriquecedor o processo de registrar o que foi vivido em sala. E o ideal é relatar em detalhes o desenvolvimento das tarefas, a participação dos alunos, suas próprias reações etc. Só assim é possível ref letir sobre o que foi feito."
À primeira vista, a tarefa pode parecer simples, mas definir os conteúdos curriculares com base nas expectativas de aprendizagem para o ano letivo exige respeitar a sequência dos objetos de ensino. Além disso, é fundamental dominar as didáticas desses conteúdos para conhecer o percurso da turma e, sobretudo, conseguir avaliar os problemas pelos quais os alunos estão passando. Só assim é possível propor exercícios e planos de aula que façam todos avançarem.
Tudo isso sem deixar de lado as características próprias das crianças. "Não podemos esquecer que cada uma é um sujeito, com origem social, cultural e histórica peculiar. Por isso, é bom levantar o máximo de informações sobre a turma antes de dar início ao processo", afirma Marta Marandino, professora de Metodologia do Ensino da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.
Todo ano, a professora Andrea Maciel usa os primeiros dias de aula para fazer um diagnóstico da turma de 4º ano na EMEF João Belchior Marques Goulart, em São Leopoldo, na Grande Porto Alegre. "As atividades servem para descobrir a partir de que ponto devo continuar desenvolvendo os conteúdos. Uso essa informação para montar o planejamento, levando em consideração as metas preestabelecidas." Conversar com os colegas para conhecer melhor os alunos é outra iniciativa positiva. "Aqui, na escola, temos um combinado: se alguém percebe que algo não progride, buscamos apoio nos outros professores e na coordenação. Às vezes, eu estou fazendo coisas que são óbvias para mim, mas para os estudantes não. E só alguém de fora consegue identificar essa falha no processo de ensino." Esse espaço para a realização do planejamento coletivo, por disciplina ou por série, está se tornando cada vez mais comum em escolas, pois proporciona a troca de experiências e aumenta o repertório de boas práticas: quais estratégias de ensino funcionaram para tal conteúdo?
EXPECTATIVAS DE
APRENDIZAGEM LÍNGUA PORTUGUESA
- Fazer intercâmbio oral, ouvindo com atenção e formulando perguntas.
- Ouvir com atenção textos lidos.
- Ler textos conhecidos, como parlendas, adivinhas e canções.
- Conhecer e recontar repertório variado de textos literários.
- Escrever texto de memória de acordo com sua hipótese de escrita.
- Escrever o próprio nome e utilizá-lo como referência para a escrita.
- Conhecer as representações das letras maiúsculas do alfabeto de imprensa.
- Localizar palavras em textos.
- Escrever usando a hipótese silábica, com ou sem valor sonoro convencional.
- Re-escrever ditando textos conhecidos.
- Revisar textos coletivamente, apoiado em leitura em voz alta feita pelo professor.
- Participar de intercâmbio oral, ouvindo, perguntando e planejando a fala para diferentes interlocutores.
- Recontar histórias conhecidas, recuperando características da linguagem do texto original.
- Apreciar textos literários.
- Ler, com ajuda, diferentes gêneros.
- Ler, por si mesmo, textos conhecidos.
- Entender o sistema alfabético, mesmo escrevendo com erros ortográficos.
- Escrever alfabeticamente textos que conhece de memória.
- Re-escrever histórias conhecidas, ditando-as ou de próprio punho. Produzir textos simples de autoria.
- Participar de situações de intercâmbio oral, ouvindo com atenção, formulando e respondendo a perguntas, explicar e compreender explicações, manifestar opiniões sobre o assunto tratado.
- Apreciar e ler textos literários.
- Ler, com ajuda, textos para estudar (textos de sites, revistas etc.).
- Re-escrever de próprio punho histórias conhecidas, considerando as características da linguagem escrita.
- Produzir textos de autoria utilizando os recursos da linguagem escrita.
- Revisar textos coletivamente com a ajuda do professor ou em parceria com colegas.
- Participar de situações de intercâmbio oral que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto tratado, formular e responder perguntas justificando respostas, explicar e compreender explicações, manifestar e acolher opiniões, fazer colocações considerando as anteriores.
- Apreciar textos literários.
- Selecionar, em parceria, textos em diferentes fontes para a busca de informações.
- Localizar, em parceria, informações nos textos, apoiando-se em títulos e subtítulos, imagens e negritos, e selecionar as que são relevantes.
- Ajustar a leitura ao propósito e ao gênero.
- Re-escrever e/ou produzir textos de autoria com apoio do professor.
- Revisar textos coletivamente com a ajuda do professor, prestando atenção nos aspectos de coerência, coesão e ortografia.
- Participar de situações de intercâmbio oral que requeiram ouvir com atenção, intervir sem sair do assunto, formular e responder a perguntas justificando respostas, explicar e compreender explicações, manifestar e acolher opiniões, argumentar e contra-argumentar.
- Participar de situações de uso da linguagem oral utilizando procedimentos da escrita para organizar a exposição.
- Apreciar textos literários.
- Selecionar textos de acordo com os propósitos de leitura, antecipando a natureza do conteúdo e utilizando a modalidade de leitura mais adequada.
- Utilizar recursos para compreender ou superar dificuldades de compreensão durante a leitura.
- Re-escrever e produzir textos utilizando procedimentos de escritor.
- Revisar textos, próprios e dos outros, em parceria com colegas, com intenção de evitar repetições, ambiguidades e erros ortográficos e gramaticais.
EXPECTATIVAS DE
APRENDIZAGEM MATEMÁTICA
1º ano
- Ampliar o conhecimento dos números e contar oral e mentalmente objetos.
- Usar estratégias pessoais para resolver problemas com as quatro operações.
- Indicar o número certo quando houver poucos objetos.
- Ler mapas e plantas baixas simples.
- Identificar e representar semelhanças e diferenças entre formas geométricas.
- Montar e desmontar embalagens tridimensionais.
- Usar o calendário.
- Comparar, identificar e estimar grandezas (comprimento, massa, temperatura e capacidade) e iniciar o uso de instrumentos de medidas.
- Começar a usar e a fazer tabelas simples.
- Realizar contagem oral.
- Saber regras do sistema numérico.
- Ler e produzir escritas numéricas.
- Ampliar o uso de estratégias pessoais nas quatro operações.
- Saber resultados de memória.
- Usar diversas estratégias de cálculo.
- Localizar-se em espaços menos conhecidos e mais amplos.
- Identificar e representar diferentes formas geométricas.
- Realizar organização temporal com uso do calendário.
- Utilizar sistemas de medidas convencionais.
- Ampliar o conhecimento de grandezas e o uso de instrumentos de medidas.
- Fazer tabelas e gráficos de colunas.
- Utilizar o sistema numérico em sua forma convencional.
- Articular melhor os números em estratégias de cálculo mental.
- Usar técnicas convencionais de adição e subtração.
- Começar a sistematizar algoritmos (conta armada).
- Ampliação do uso das operações de adição, subtração, multiplicação e divisão.
- Interpretar representações do espaço.
- Aprimorar o uso da linguagem específica para figuras e formas.
- Saber ver as horas.
- Utilizar o sistema métrico (convencional ou não) com mais precisão.
- Aprimorar o uso de tabelas simples e usar gráficos com colunas e barras.
- Realizar contagens crescentes e decrescentes com números naturais.
- Realizar cálculos aproximados.
- Reconhecer, usar, comparar e ordenar números racionais.
- Explorar os significados das frações.
- Saber resultados de contas de multiplicação de memória.
- Fazer operações de números naturais com estratégias pessoais e operações convencionais.
- Identificar posição e movimentação em malha quadriculada.
- Reconhecer semelhanças e diferenças entre figuras geométricas.
- Reconhecer planificações e identificar formas planas de figura tridimensional.
- Compreender e calcular o perímetro.
- Reconhecer e usar unidades de medida.
- Utilizar o sistema monetário brasileiro.
- Interpretar dados de tabelas simples e de dupla entrada e de gráficos de colunas, barras e linhas.
- Compreender e usar as regras do sistema de numeração decimal para leitura, escrita, comparação e ordenação de números naturais.
- Explorar diferentes significados das frações.
- Escrever, ler, comparar e ordenar números racionais.
- Resolver problemas nas quatro operações, usando estratégias pessoais, convencionais e cálculo mental.
- Usar porcentagens.
- Explorar a idéia de probabilidade.
- Descrever, interpretar e representar a localização e a movimentação de uma pessoa ou um objeto.
- Reconhecer poliedros e identificar relações entre faces, vértices e arestas.
- Utilizar unidades comuns de medida em situações problema.
- Calcular perímetros e áreas.
- Usar unidades de medidas de área.
- Interpretar e construir tabelas simples, de dupla entrada, gráficos de colunas, barras, linhas e de setor.
8 de fev. de 2013
A MÚSICA CANTA E CONTA A HISTÓRIA DO BRASIL
COLÉGIO ESTADUAL CARMEM ANDRADE LIMA
PROJETO INTERDISCIPLINAR – Musical -A Música Canta e Conta a
História do Brasil: Da Colônia à Pós- modernidade.
CURSO: Ensino Médio SÉRIE:
3ª
DISCIPLINAS:
História, Português, Redação e Arte.
COORDENAÇÃO:
Neves Castro – professora de História
DURAÇÃO:
Uma unidade (III) ANO LETIVO: 2012.
1. JUSTIFICATIVA
A
História através da música em geral se concentra em temas mais abrangentes. Um
exemplo foi a aula-show “República – Era de Heróis”, apresentada no dia 15 de
novembro de 2008, no Museu da República. No evento, o público discutia como os
heróis foram construídos ao longo da história da República, seja pelas elites
ou pela própria população. Fossem eles militares, como Tiradentes e o duque de
Caxias, políticos como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek ou Lula e
populares, como João Cândido e Antônio Conselheiro, parlamentares como o índio
Juruna, José Dirceu, além dos heróis anônimos e esquecidos. Debates paralelos
questionavam como cada Constituição republicana legitimou os governos
instaurados e como a Constituição de 1988 marcou o fim da ditadura e permitiu
que os cidadãos voltassem a ter mais participação na política, com liberdade
para construir novos herói
A
relevância do projeto A música conta e canta a nossa história, consiste na
metodologia aplicada, ou seja: a articulação da história com a música, com a
teatralização de textos históricos, literários e dramatúrgicos, trabalhada de
forma interativa e lúdica, estimulando e facilitando o público na construção do
conhecimento sobre o Brasil, nos seus mais variados aspectos.
A proposta que aqui apresentamos
pode ser traduzida em uma ação educativa – cultural relacionada à História
Nacional, dirigida ao público jovem e adulto, e que tem na execução da
aula-espetáculo musical sua principal ferramenta pedagógica. A música
representa um relevante patrimônio brasileiro, e através dos ritmos e suas
letras trazem um pouco do cotidiano dos brasileiros evidenciando também a forma
com que interpretamos nossa realidade política, social e econômica.
A música está presente nas salas de aula muito mais do que pensamos.
Muitos docentes não conseguem perceber que ao adentrarem as salas os
aprendentes muitas vezes não percebem as suas presenças, pois estão com os aparelhos
digitais sonoros no ouvido ou não, se deliciando com as letras e ou músicas que
estão ouvindo. É preciso que nós paremos para observar, sentir que eles estão
ouvindo e falando com esses gêneros muitos substantivos, adjetivos,
complementos nominais e adjuntos adnominais, a biografia, relatos da vida e
obra dos autores, as origens das letras, contam a sua história, determina onde
e quando e porque a música ganhou popularidade ou não, e nós insistimos em não
perceber. No ensino de Língua Portuguesa e Literatura, na História ou em
qualquer outra disciplina é possível utilizar a música relacionando-a a
conteúdos variados, gerando uma gama de possibilidades de nos tornarmos
(docentes e aprendentes) autores de um currículo escolar coerente.
O que o nosso aprendente está ouvindo no seu ipod, enquanto estamos
explicando conteúdo? É mais fácil exigir que este retire os fones ou desliguem
os aparelhos do que refletir o porquê, do quê, o que ele está ouvindo e
despertar mais a sua atenção? Segundo
Duarte Júnior (2007, p. 32-33) em análise às teorias de Gendlin, famoso teórico
da psicologia da aprendizagem, uma das mais fundamentais é que ninguém
adquire novos conceitos se estes não se referirem às suas experiências de vida
(...) a experiência básica que temos do mundo é emocional, ou seja, é sentida,
antes de ser compreendida.
As aulas podem tornar-se mais interessantes quando levamos a música
completa para dentro da escola e da sala de aula e não nos conformamos em
analisar apenas a letra, o que fazemos habitualmente. As músicas de Chico
Buarque e Caetano Veloso são ricas em figuras, e por isso as encontramos tão
facilmente sendo analisadas nos livros didáticos. Mas também é preciso procurar
músicas mais atuais e próximas da realidade de nossos alunos para analisar,
defender, contestar. Enfim, não adianta só criticar sem abrir as portas da
escola para as letras musicais que apresentam duplos sentidos indo de encontro
ao que a sociedade define como valores norteadores de respeito, justiça, ética,
moralidade. A omissão pode redundar em danos bem mais graves do que uma tomada
de posição democrática e que e geradora de debates ideológicos altamente
consistentes
É cada
vez mais visível a presença da música como linguagem artística no cotidiano dos
nossos aprendentes, e geralmente ficam de fora das atividades escolares, ou são
relegadas a planos secundários, usadas esporadicamente em eventos festivos da
comunidade escolar, em datas comemorativas...
Enquanto isso, frequentemente os docentes precisam competir com os ipod’s
ou qualquer tipo de aparelho eletrônico sonoro do qual o jovem não desgruda na
sala de aula. Ou ainda, os corredores da escola presenciam as coreografias do
momento, os gestuais corporais como sinônimo de alegria, de comemoração, ou
apenas de “juventude”.
A escola, resistindo ou negligenciando a gama de possibilidades que a
linguagem artística, seja através do teatro, da dança, da música ou dos
aspectos visuais provocam nos aprendentes, deixa de fora também o “seu” mundo,
as suas vivências, os seus interesses, o que lhe desperta os sentidos. E mais
ainda, o que está “desviando” os seus valores seja eles afetivos, emocionais,
de autoestima, e/o de conduta. O diálogo possível entre as artes e as diversas
disciplinas talvez encontre resistência no segmento da comunidade escolar, que
insistem em não ouvir o apelo, a perceber os sinais que a todo tempo os
coadjuvantes do processo de ensino aprendizagem – os aprendentes demonstram em
diversas ações, consideradas transgressoras ou não.
É com vistas nessa pluralidade cultural, que pensamos em transformar as
aulas em momentos prazerosos de aprendizagens, dando movimento, cor e alegria
aos conteúdos, transformando-os em saberes construídos coletivamente, numa
relação de intimidade, que redunde na construção de aprendizagens
significativas e oportunizadoras de transformação da realidade social dos
protagonistas desse processo – os
aprendentes.
2.
COMPETÊNCIAS
ü Compreender,
reconhecer e valorizar a linguagem artística como elemento indispensável para a
formação cultural, intelectual e social do aprendente, utilizando-se do
ferramental que as TIC oferecem (internet, DVD, Ipod, Tv pen drive,
computadores, tablets) como suporte de pesquisa e na coleta de informações que
usadas pedagogicamente transformem-se em conhecimentos ressignicados a serviço
da comunidade escolar e da sociedade em geral.
ü Estimular os aprendentes através da música, a desenvolverem a
reflexão acerca do processo democrático e o exercício da cidadania, através de
atuações individuais e coletivas para o estabelecimento
dos valores éticos que constroem uma nação verdadeiramente plural, democrática
e humanizada.
3.
HABILIDADES
ü Reconhecer a importância de dominar as ferramentas virtuais como forma
de inserção social.
ü Desenvolver a interdisciplinaridade na construção do blog.
ü Conhecer a cultura musical e rítmica que conta a história do povo
brasileiro.
ü Interagir com a
juventude através das linguagens artísticas e chegar mais perto de seu
universo, com o uso da tecnologia a que está habituado, promovendo valores
essenciais para a motivação do viver.
ü
Conhecer,
apreciar e adotar atitudes de respeito diante da variedade de manifestação
musical.
ü Fomentar o
desenvolvimento da arte na escola, a produção de saberes artísticos, criando
espaço e estímulo para a expressão de talentos na comunidade escolar juvenil.
ü Explorar o potencial
educativo da música, estimulando o desenvolvimento da musicalidade brasileira
no ambiente escolar e valorizando as expressões culturais regionais.
Promover um ambiente educacional prazeroso, no qual a cultura, a arte e a educação se expressem, contribuindo para transformar a escola em um ambiente vivo e significante para os jovens.
Promover um ambiente educacional prazeroso, no qual a cultura, a arte e a educação se expressem, contribuindo para transformar a escola em um ambiente vivo e significante para os jovens.
ü Analisar a historicidade da música a partir da relação do compositor e
do momento em que a música foi criada com o tema abordado,
ü
Pesquisar
recursos tecnológicos disponíveis na escola e na comunidade para a construção e
apresentação da atividade proposta.
Reconhecer a
importância de dominar as ferramentas virtuais como forma de inserção social.
ü
Valorizar
o convívio pacífico e criativo dos diferentes componentes da diversidade
cultural artística, validando a convivência pacífica entre os diferentes e
respeitando as diferenças.
ü
Construir,
expressar-se e comunicar-se através das artes e imagens plásticas visuais, articulando
percepção, imaginação, memória, sensibilidade e reflexão.
ü
Desenvolver
relação de autoconfiança com a própria produção, de modo a valorizar as
diversas escolhas de interpretação e de criação.
ü
Situar
e compreender as relações entre corpo, dança e sociedade.
ü
Conhecer
e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro,
posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais
de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características
individuais e sociais.
ü
Analisar
as influências históricas do mercado de trabalho na mobilidade dos diferentes
grupos humanos que formam o Brasil.
ü
Conhecer
e valorizar as formas de produção cultural mediadas pela tradição oral.
ü
Assumir
uma consciência crítica e tomar decisões responsáveis.
ü
Valorizar
a produção artística como expressão de identidade etnocultural.
ü
Posicionar-se
de maneira crítica em relação ao consumismo às mensagens sem referências
fidedignas.
ü
Reconhecer
nas letras e ou gêneros musicais a existência e a ocorrência de discriminação e
injustiças em situações de trabalho e consumo adotando uma postura de repúdio
contra todo o tipo de discriminação de classe, origem, gênero, etnia e idade.
ü
Permitir
a democratização do acesso ao universo artístico erudito e popular, oferecendo,
para isso, o instrumental mínimo necessário quanto à terminologia, informação
histórica e noções de técnica.
ü
Estimular
a expressão artística do aluno por meio de materiais, formas e movimentos.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
As equipes serão formadas
por seis turmas do 3º ano e uma formada pelos concluintes do Tempo formativo
(ensino médio), turnos vespertino e noturno do ensino médio. Cada equipe, com a
mediação dos professores elegerão líderes e vices líderes, que assumirão a
coordenação geral das atividades.
A
proposta contempla uma íntima relação das competências e habilidades que a
interdisciplinaridade e transversalidade, alimentam-se e se atravessem
mutuamente abrindo espaço para a inclusão de saberes extraescolares,
possibilitando a referência a sistemas de significados construídos na realidade
dos aprendentes, tirando da escola o lugar de reprodução de relações de
trabalho alienadas e alienantes, construindo o seu verdadeiro papel, que é de
gerar possibilidades de construção de relações autônomas, de criação e
recriação do seu próprio trabalho, de reconhecimento de si, Enfim, que
possibilite redefinir sua relação com a cultura, com a história do seu país,
numa proposta lúdico-cognitiva, onde a arte será o elemento vertebrador e
consolidador das competências a serem garantidas.
O
primeiro passo foi sensibilizar os aprendentes com seleção de músicas
relacionadas ao tema a ser trabalhado. Com o repertório escolhido, o próximo
passo: mostrar um breve histórico dos compositores e os períodos em que as
canções foram compostas. A partir dessa apresentação, o propósito muito
importante é deixar que os estudantes buscassem as suas próprias interpretações
para as obras. Para finalizar, eles serão incentivados a pesquisar mais sobre
determinados compositores e suas respectivas obras e socializar a pesquisa na
sala de aula.
Nesta atividade, o estabelecimento de relações de ruptura e permanências, semelhanças e diferenças é um exercício contínuo a exemplo da comparação entre os sambas-enredo da Portela de 1957 e o da São Clemente de 2008, que falam sobre o mesmo assunto: A Chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. Portanto, defende-se nessa proposta didático-pedagógica a ideia de que a música não pode ficar restrita a um papel meramente ilustrativo. É preciso discutir a letra e até o ritmo da canção, pois esses aspectos podem propiciar a busca em outras fontes como livros e artigos previamente indicados ou não. Analisar a diferença entre os temas tratados nas letras nos ritmos musicais, ao longo do tempo e verificar como um mesmo evento é abordado em diferentes momentos podem render bons exercícios lúdico-cognitivos.
O
formato da apresentação deve aliar a música e a História a outras linguagens,
como o teatro e a literatura. Além disso, o uso de imagens, como fotografias de
época, charges e pinturas históricas para enriquecer as apresentações. O
espetáculo deverá ser temático, com apresentações performáticas e será
apresentado na quadra esportiva da unidade de ensino, no turno noturno: (três
equipes no 1º dia e quatro no 2º dia)
iniciando-se às 19 h e terminando às 22 h e 30 min.
4.1 - ETAPAS
Ø Apresentação da proposta para todas as
turmas/equipes.
Proposta:




ü Equipe A. Colônia - 1550 a 1822.
ü Equipe B. Império -1824 a 1889.
ü Equipe C. República Velha - 1889 a 1930.
ü Equipe D. República Era Vargas (1º mandato) 1930
a 1945.
ü Equipe E. República Populista – De Dutra a Jango
-1946 a 1964
ü Equipe D. República Militarista – 1964 a 1985.
Equipe E. República Nova - 1986 2012.
4. 2 - MONTAGEM DO MUSICAL
Ø As equipes deverão usar as
ferramentas das TIC para o/a:
1.
Desenvolvimento
de pesquisas, listando um maior número possível de representantes compositores,
com letra, música, intérpretes que se preocuparam em retratar o cotidiano da
época em que viveram ou fatos históricos;
2.
Desenvolvimento
de entrevistas on-line com questionário enviado por e-mail com arquivo em
anexo;
3.
Promoção
de entrevistas com filmagens e/ou fotografias;
4.
Produção
de slides usando o Power Point;
5.
Produção
de vídeo usando o Movie Maker;
6.
Gravação
de músicas através da Internet, baixando músicas de discos raros, especialmente
as equipes que apresentarão os períodos mais remotos da nossa história;
7.
Pesquisa de espetáculos musicais apresentados
no Brasil, a exemplo do programa da Rede Globo de Televisão, como o Som Brasil;
8.
Divulgação
do convite do evento no blog da escola, construído por eles, com imagem e
cores, em forma de folder, com toda a programação, usando os recursos do
computador, para a comunidade escolar assistir ao espetáculo;
9.
Envio
dos informes para os colegas da equipe, datas e locais e horários de reuniões
extraclasses, novas decisões, solicitações e ou orientações, via e mail e o que
ocorrer;
10. Desenvolver
entrevistas on-line com questionário enviado por e-mail com arquivo em anexo.
Ø
As equipes
deverão formar comissões que serão setorizadas:
1.
Comissão
de pesquisa: letras, autores, intérpretes...
2.
Comissão
de roteiro e direção.
3.
Comissão
de cenário.
4.
Comissão
de figurino.
5.
Comissão
de iluminação e som.
6.
Comissão
de finanças.
O formato da apresentação deve aliar a
música e a História a outras linguagens, como o teatro e a literatura. Além
disso, o uso de imagens, como fotografias de época, charges e pinturas
históricas para enriquecer a apresentação. O espetáculo deverá ser temático,
com apresentações performáticas e as apresentações acontecerão na quadra
esportiva da unidade de ensino, no turno noturno: (três equipes no 1º dia e
quatro no 2º dia) iniciando-se às 19 h e terminando às 22 h e 30 min.
5.
RECURSOS
ü
Livros
didáticos e paradidáticos;
ü
Jornais
e revistas de circulação local, regional e nacional;
ü
Enciclopédias;
ü
Televisão
e DVD, aparelho de som;
ü Computador (internet) tablet, Home page;
ü
Papel
flip chart (metro/madeira);
ü
Malha
de cores diversas;
ü
Fita
adesiva;
ü
Cola;
ü
Tinta
acrílica;
ü
Papel
(cartão, seda, ofício, laminado...);
ü
Pincel,
tela e grafite;
ü
Toldos
(locar ou alugar);
ü
Projetor
de slide (data show) e Retroprojetor;
ü
Telão;
ü
Salas
de aula (espaço);
ü
Mesas
e cadeiras;
ü
Faixa
para divulgação do evento;
ü
Materiais
específicos dos sub temas;
ü
Faixa
para divulgação do evento;
ü
Fichas
para avaliação das equipes;
ü
Fichas
de acompanhamento para avaliação (relatório) das reuniões;
ü
Quadra
esportiva;
ü
Palco
(tablado);
ü
Som
de maior potência e oito microfones
(alugar ou locar);
ü
Outros.
6. EMPREENDIMENTO FINAL (CULMINÂNCIA)
As apresentações obedecerão ao formato
de um MUSICAL, que deverá aliar a música e a História a outras linguagens, como
o teatro e a literatura. Além disso, poderão fazer o uso de imagens, como
fotografias de época, charges e pinturas históricas para enriquecer a
apresentação. O espetáculo deverá ser temático, com apresentações performáticas
e as apresentações acontecerão na quadra esportiva da unidade de ensino, no
turno noturno: (três equipes no 1º dia e quatro no 2º dia) iniciando-se às 19 h
e terminando às 22 h e 30 min.
7. AVALIAÇÃO
No processo de avaliação serão
contemplados o conhecimento prévio, as hipóteses e os domínios dos e das aprendentes,
relacionando-os com as mudanças que ocorrerem no processo, como as noções,
conceitos, procedimentos e atitudes, comparando o antes, o durante e o depois,
com caráter diagnóstico.
Concretamente, a avaliação será feita
mediante fichas específicas, conforme critérios pré estabelecidos nas tarefas,
relatórios escritos em todas as reuniões, fornecidos pela coordenação do
evento, aos líderes das equipes que registrarão a atuação e ou desempenho de
cada componente nas reuniões que ocorrerão em todo o período de execução
do projeto.
A nota se constituirá na primeira etapa
da primeira testagem da III unidade, com uma pontuação que variará de zero a
cinco, de acordo com o relatório e cumprimento do critérios discutidos e
acordados entre mediadores e aprendentes regulamento e tarefas. Portanto, o
valor final da atividade será definido por cada grupo: docente/aprendentes, a
depender dos propósitos de cada disciplina envolvida no projeto.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As diversas pesquisas na área
provam que centenas de compositores se preocuparam em retratar o cotidiano da
época em que viveram ou fatos históricos. Dessa forma, a música se transforma
em uma ferramenta de aprendizado muito poderosa e um grande auxílio para os docentes.
Por isso, esperamos que os resultados do projeto não demorem a aparecer. O que
os aprendentes, ainda consideram “músicas de gente velha” passem a fazer parte
da trilha sonora de seu cotidiano. Muitos trocarão ideias com os pais sobre a
época das composições, os estilos musicais e alguns autores quase esquecidos
pela memória musical brasileira. Alguns aprendentes durante o projeto ouviram
algumas músicas de Chiquinha Gonzaga e desejaram conhecer passaram a conhecer
boa parte da sua discografia. Este interesse se estendeu para a Internet, onde
vários desses adolescentes começaram a baixar músicas de discos raros. A
experiência bem-sucedida em sala de aula pouco a pouco foi se ampliando e
começou a atingir um público maior, de modo que a ideia parece ter ganhado mais
adeptos, e acredito que na próxima edição outras áreas se integrarão.
A escola precisa unir forças, buscar estímulos internos para que o
ambiente educativo expresse o apreço pelos saberes plurais, e abra espaço para
os saberes singulares. A Arte é um caminho e pode ser ponte na conquista dessa
mudança de postura metodológica e pedagógica. Há muito tempo que estudiosos
clamam para que se estabeleçam vínculos, contextualizem conhecimentos, e vejam
a boniteza que Paulo Freire denominava de conhecimento de mundo, e alertava que
“de nada adianta o discurso competente se a ação pedagógica é impermeável à
mudanças”.
Diferenciar o ensino, segundo Perrenoud, “é fazer com que cada
aprendiz vivencie, tão frequentemente e quanto possível, situações fecundas de
aprendizagem”. E a escola necessita urgentemente desse estado de fecundidade
permanente, para que se possam gestar pessoas com saberes plural e,
concomitantemente singular (FRANGE, 2007, 36-37).
É com vistas nessa multiculturalidade que pensamos em transformar as
aulas em momentos prazerosos de aprendizagens, dando movimento, cor e alegria
aos conteúdos, transformando-os em saberes construídos coletivamente, numa
relação de intimidade, de modo a redundar na construção de aprendizagens
significativas e oportunizadoras de transformação da realidade social dos protagonistas
desse processo – os aprendentes.
9.
REFERÊNCIAS
AQUINO, Rubim Santos Leão de;
DIAS, Luís Sérgio. O samba-enredo visita
a História do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna. 2009.
BITTENCOURT, Circe. Ensino da História: fundamentos e métodos.
São Paulo: Cortez, 2004.
CARDOSO, Fernando Henrique. "Notas sobre o estado atual dos
estudos sobre dependência". Cadernos CEBRAP (11):23-47 São Paulo,
1975, p. 29.
LOPES, José Junior. A introdução da informática no ambiente
escolar. In: Clube do professor. 23 de fevereiro de 2004. Disponível em
http://clubedoprofessor.com.br/artigos/artigojunior.pdf.
MÁXIMO, João; DIDIER, Carlos. Noel Rosa – uma biografia. Brasília: Editora UNB, 1990.
MÁXIMO, João; DIDIER, Carlos. Noel Rosa – uma biografia. Brasília: Editora UNB, 1990.
MERÇON, Paulo Gustavo de Amarante, Relação de trabalho : contramão dos
serviços de consumo, LTR: revista legislação do trabalho, v.70, nº 05, p.
590 598, mai. de 2006
NAPOLITANO, Marcos. História e Música: história cultural da música popular. Belo Horizonte: Editora Autêntica. 2002.
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
NAPOLITANO, Marcos. História e Música: história cultural da música popular. Belo Horizonte: Editora Autêntica. 2002.
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
Museu da Imagem e Som, do Rio de Janeiro, e o do Instituto Moreira Salles.
www.historiaatravesdamusica.wordpress.com
www.institutocravoalbin.com.br
www.samba-choro.com.br
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