27 de set. de 2012

A Cor da Esperança


Leiam e aproveitem:

A Cor da Esperança
                                      Cartola


Amanhã,

A tristeza vai transformar-se em alegria,

E o sol vai brilhar no céu de um novo dia,

Vamos sair pelas ruas, pelas ruas da cidade,

Peito aberto,

Cara ao sol da felicidade.

E no canto de amor assim,

Sempre vão surgir em mim, novas fantasias,

Sinto vibrando no ar,

E sei que não é vã, a cor da esperança,

A esperança do amanhã.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

WEBQUEST: Aprendizagem Colaborativa


WEBQUEST: Aprendizagem Colaborativa

Webquest é uma atividade de aprendizagem que aproveita a imensa riqueza de informações que, dia a dia, cresce na Web.

O conceito de webquest foi criado em 1995, por Bernie Dodge, professor da universidade estadual da Califórnia, EUA, como proposta metodológica para usar a Internet de forma criativa.

Dodge a define assim:"Webquest é uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a informação com que os alunos interagem provém da Internet."

 

Descrição geral


Em geral, uma webquest é elaborada pelo professor, para ser solucionada pelos alunos, reunidos em grupos.

A webquest sempre parte de um tema (o Egito Antigo, por exemplo) e propõe uma Tarefa, que envolve consultar fontes de informação especialmente selecionadas pelo professor.Essas fontes (também chamadas de recursos) podem ser livros, vídeos, e mesmo pessoas a entrevistar, mas normalmente são sites ou páginas na Web.

É comum que a Tarefa exija dos alunos a representação de papéis (faraó, arquiteto, escravo), para promover o contraste de pontos de vista ou a união de esforços em torno de um objetivo.

 


Tipos


Bernie Dodge divide a webquest em dois tipos, ligados à duração do projeto e à dimensão de aprendizagem envolvida:

Webquest curta - leva de uma a três aulas para ser explorada pelos alunos e tem como objetivo a aquisição e integração de conhecimentos.

Webquest longa - leva de uma semana a um mês para ser explorada pelos alunos, em sala de aula, e tem como objetivo a extensão e o refinamento de conhecimentos.

 


Seções da WQ


Como regra geral, uma webquest é constituída de sete seções:

  1. Introdução
  2. Tarefa
  3. Processo
  4. Fontes de informação
  5. Avaliação
  6. Conclusão
  7. Créditos     

Introdução


A Introdução é um texto curto, que apresenta o tema e antecipa para os alunos que atividades eles terão de realizar.

Se a WQ tem um cenário ou pede representação de papéis ("Você é um detetive tentando descobrir um poeta misterioso"), isso deve ser mencionado na Introdução.

 


Tarefa


A Tarefa descreve que “produto” se espera dos alunos ao final da webquest e que ferramentas devem ser utilizadas para elaborá-lo (um determinado software, por exemplo).

Exemplos de Tarefas:

  • Resolver um problema;
  • Solucionar um mistério;
  • Formular e defender uma opinião;
  • Analisar uma problemática;
  • Colocar em palavras uma descoberta pessoal;
  • Elaborar um resumo;
  • Inventar uma mensagem persuasiva;
  • Redigir um relato jornalístico, ou
  • qualquer coisa que exija dos aprendizes processar e transformar as informações coletadas.

Processo


O Processo deve apresentar os passos que os alunos terão de percorrer para desenvolver a Tarefa. Quanto mais detalhado for o processo, melhor.

Exemplo:

  1. Primeiro, formem grupos de três alunos.
  2. Em seguida, decidam o papel que cada um vai representar.
  3. ...e assim por diante.

Na seção Processo, também cabe sugerir de que forma os alunos deverão organizar as informações que serão reunidas: usando fluxogramas, mapas mentais, checklists etc.

 

Fontes de informação


As fontes de informação (também chamadas de recursos) são os sites e páginas Web que o professor escolhe e que devem ser consultados pelos alunos para realizar a Tarefa.

As fontes de informação costumam ser parte integrante da seção Processo, mas também podem constituir uma seção separada.

 

Avaliação


Na seção Avaliação, o aluno deve ser informado sobre como o seu desempenho será avaliado e em que casos a verificação será individual ou coletiva.

Escreva aqui o objetivo ou desempenho esperado


Conclusão


A Conclusão deve resumir, em poucas frases, os assuntos explorados na webquest e os objetivos supostamente atingidos.

A conclusão é também o espaço para incentivar o aluno a continuar refletindo sobre o assunto, através de questões retóricas e links adicionais.

 


Créditos


A seção de Créditos deve apresentar as fontes de todos os materiais utilizados na webquest: imagens, músicas, textos, livros, sites, páginas Web.

Se as fontes são sites ou páginas Web, colocam-se os links. Quando os materiais são físicos, colocam-se as referências bibliográficas.

Créditos é também o espaço dos agradecimentos a pessoas ou instituições que de algum modo tenham colaborado na elaboração da webquest.


Objetivos educacionais da Web Quest


A metodologia webquest pode ajudar o educador a alcançar objetivos educacionais importantes:

·         Modernizar modos de fazer educação

As WQs fornecem orientações bastante concretas para tornar possível e efetivo o uso da Internet. E isso, na forma e na essência, é uma maneira de praticar uma educação sintonizada com nosso tempo.

·         Garantir acesso a informações autênticas e atualizadas

Conteúdos publicados na Internet, sobretudo os produzidos profissionalmente, refletem saberes e informações recentes. Além disso, são produtos autênticos que fazem parte do dia-a-dia das pessoas.

·         Promover aprendizagem cooperativa

As WQs estão baseadas na convicção de que aprendemos mais e melhor com os outros do que sozinhos. Aprendizagens significativas são resultados de atos de cooperação.

·         Desenvolver habilidades cognitivas

O modo de organizar Tarefa e Processo numa webquest pode oferecer oportunidades concretas para o desenvolvimento de habilidades do conhecer que favorecem o aprender a aprender.

·         Transformar informações ativamente (em vez de apenas reproduzi-las)

Na educação tradicional, parece que a preocupação central é armazenar e reproduzir "matéria". Na perspectiva sugerida por Dodge, o importante é acessar, entender e transformar as informações existentes, tendo em vista uma necessidade, problema ou meta significativa.

·         Incentivar a criatividade

Se bem concebida, a Tarefa planejada para uma webquest engaja os alunos em investigações que favorecem criatividade.

·         Favorecer o trabalho de autoria dos professores

Webquests devem ser produzidas por professores, não por especialistas ou técnicos. A ídéia é oferecer oportunidades concretas para que os professores se vejam como autores de sua obra e atuem como tal.

·         Favorecer o compartilhar de saberes pedagógicos

Concebidas como publicações típicas do espaço Web (abertas, de acesso livre, gratuitas etc.), as webquests são uma forma interessante de cooperação e intercâmbio docente.



Modelo de plano de aula webquest

 
1) Reconhecer a conjuntura política da luta armada;

2) Reconhecer o uso dos filmes como fontes para a construção do conhecimento e análise do momento histórico em que foi produzido (filme como documento);

3) Debater os alcances da repressão no país;

4) Promover a reflexão sobre os diferentes posicionamentos dos sujeitos históricos em uma mesma conjuntura.

Comentário introdutório

O desenvolvimento dessa aula possibilita ao aluno reconhecer o que foi a luta armada no Brasil e como se deu a derrota. A aula deve estar inserida em uma seqüência didática referente à ditadura militar brasileira ou mesmo dentro de um programa que avalie o direcionamento das esquerdas dentro e fora do Brasil.

Estratégias

1) É fundamental que os alunos conheçam o que foi a luta armada no Brasil, as especificidades dela e os objetivos. Apresente de maneira expositiva esses aspectos, de modo que fique evidente que a história não é feita apenas pelos "grandes nomes".

2) Analise detalhadamente alguns dos atos institucionais e mostre aos alunos as justificativas dadas pelos grupos de luta armada.

3) Depois dessa apresentação, deixe que os alunos assistam ao filme "O Que é Isso, Companheiro?", de Bruno Barreto.

4) Depois de assistir ao filme, peça aos alunos que representem a cena que mais tenha atraído a atenção deles. Para isso, solicite que utilizem diferentes tipos de produções artísticas (desenhos, versos, recorte e colagem etc). Peça para alguns deles apresentarem as criações. Conforme o grupo fizer referência às cenas, escolha as que mais auxiliam você a aprofundar suas análises. Crie sua argumentação baseada nas descobertas de seus alunos.

5) Por fim, apresente as idéias dos movimentos de luta armada. Tente não resumir a escolha a apenas um grupo e um posicionamento.

Atividades

1) Peça que os alunos pesquisem sobre os métodos de violência usados durante a ditadura. Montem um pequeno mural na sala. Ele deve ser usado para criar e fixar a definição da turma (obviamente baseada em pesquisas) do que é violência, censura e luta armada, a fim de que o grupo se coloque criticamente sobre o fato histórico em análise.

2) Busque em jornais e revistas dados sobre as indenizações e as pessoas com doenças causadas pela violência.

3) Realize com a turma uma análise mais detalhada do filme como documento, reflita sobre as razões que levaram essa versão a lotar os cinemas no país.

Sugestões e dicas

Aprofunde com seus alunos os alcances da repressão no país. Uma possibilidade é o uso da obra "Um relato para a história: Brasil nunca mais", escrito por estudiosos que retratam as angústias, os abusos e a repressão cometidos pelo regime, usando documentos produzidos pelas próprias autoridades da ditadura militar.

 

 

 

 

PROJETOS PEDAGÓGICOS - SUGESTÕES

 PROJETO: CONHECENDO A CIDADE, DESCOBRINDO O OLHAR. OBJETIVO Proposta interdisciplinar de ensino que almeja possibilitar aos jovens, leituras de mundo e a “compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em que está inserido''
PROCEDIMENTOS:  Todos devem estar munidos de uma câmera fotográfica;  Seguir roteiro temático pré-estabelecido ( centro histórico, igrejas, becos ladeiras, mercados..., sob a coordenação de professores de História, Geografia, Arte, Linguagem...  Fotografar tudo que achar interessante, indistintamente;  Obs.: Não houve qualquer orientação técnica para fotografar;
PROPOSTA: Educação patrimonial
O CARÁTER DO PROJETO: é fruto doo resultado de uma necessidade das políticas públicas para o jovem ter amplitude no seu alcance social,
  PROVOCAÇÃO Previamente feita em sala de aula pelos professores aos jovens, que era: “Existe uma cidade escondida pela Feira de Santana que eu conheço e caminho no meu dia-a-dia?” No início, a reação dos alunos foi de surpresa e de incompreensão, perguntando: “Professor, professora como assim, cidade escondida? Existe uma cidade secreta?” E foi como se todas as respostas às indagações e incompreensões se dissipassem devido ao deslumbramento do contato com a cidade e com a memória fixada em ruas, prédios e monumentos do centro histórico. De todos os lugares por onde passávamos.
 
METODOLOGIA: Uma metodologia de ensino foi desbravada com a curiosidade própria do pesquisador que pretende aplicar o que a teoria vem discutindo sobre tantos conceitos relacionados à educação, memória, património, história e imagem, história e visualidade, antropologia visual, entre tantas outras dimensões conceituais, ainda a serem exploradas. A turma foi dividida em grupos e cada grupo tinha uma câmera fotográfica. Foi dada ampla liberdade. Em nenhum momento tiveram alguma instrução de estética fotográfica, ou alguma explanação sobre a arte da fotografia; a única restrição foi solicitar que não fizessem fotos como turistas, ou seja, que eles não aparecessem na foto. No momento da produção fotográfica. Em cada ponto, tinha-se uma aula de História, Geografia, Arte que, de alguma forma, em loco, tornaram-se muito mais interessantes. Eu, como professor de História.
A UTILIZAÇÃO DA LINGUAGEM FOTOGRÁFICA Se constituiu em um recurso pedagógico privilegiado para o desenvolvimento do raciocínio concreto, da observação, reflexão e capacidade estética e criativa dos jovens. A prática da observação e percepção foi realizada através das visitas orientadas a pontos históricos de Salvador e entorno, nos quais os jovens produziram fotos com câmeras amadoras de 35mm, registrando conteúdo, estética, criatividade e documentando o tangível e intangível presentes na sociedade baiana.
O OBJETO DE CONHECIMENTO Foi estendido para além do patrimônio cultural material ou imaterial, dos conteúdos históricos, artísticos, culturais, técnicos, ao integrar diversas dimensões das experiências humanas, sejam cognitivas, sociais, estéticas, afetivas, vinculando-as ao propósito de mobilizar os jovens para conquistar a sociedade na condição de cidadãos com rostos, ideias, desejos, incluídos para protagonizar as cenas que se que se sucedem na vida social e individual daqueles que vislumbram uma sociedade justa, equânime, solidária, tomando o eixo “património” na largueza do seu conceito.
CONSIDERAÇÔES FINAIS Acreditamos que, nesta experiência em particular, pudemos colocar na prática conceitos analisados e discutidos pelos teóricos das áreas da educação, história, antropologia, sociologia, das artes visuais, do património, e ao mesmo tempo proporcionar novas revelações que poderão inspirar e sensibilizar educadores para a implementação de experiências pedagógicas renovadas, críticas, comprometidas com o salto de qualidade que ainda precisamos perseguir na educação brasileira.
 
RESULTADO DO PROJETO:  Produção de mostra fotográfica.  Alcance social: Transformou não só o olhar dos jovens para com a cidade, mas também os olhares para com a minha atividade docente, se desviaram para além das fotografias também ficaram os conhecimentos adquiridos sobre educação patrimonial.  E para além dos conhecimentos, fica a esperança de novas oportunidades. Oportunidades que ultrapassam qualquer expectativa que esses jovens já tiveram na vida.  Pensamos o possível e planejamos o futuro.
 REFERÊNCIAS  
 CARNEIRO, N. de P. Da memória à história. Disponível em http://www.webartigos.com/articles/5296/1/da-memoria-ahistoria/ pagina1.html. Acesso em 09/abril/2008. 
CASCO, A. C. A. Sociedade e educação patrimonial. Revista Eletrônica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Educação Patrimonial: nº3. Jan/fev. 2006.(www.iphan.gov.br). Disponível em http://www.revista.iphan.gov.br/materia.php?id=131
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. 13 ed. São Paulo: Ática. 2005, p. 138. 
 COSTA, A. C. G. da. Educação Artística, Trabalho e Vida. Modus Faciendi, 1998. 
FERNANDES, J. R. O. Educação Patrimonial e Cidadania: uma proposta alternativa para o Ensino de História. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 13, n. 25/26, p. 265-276, set./ago. 1992/1993. 
GUIMARÃES, E.; MIRANDA, M. P. de S. A Educação patrimonial como instrumento de preservação. Revista por dentro da história, Ano 1, número 2, agosto 2009. Contagem-Minas Gerais. Disponível em  http://novo.contagem.mg.gov.br/arquivos/publicacoes/pordentrodahistoria 02/pdf.

competências básicas

SOBRE O ATO DE ESCREVER


SOBRE O ATO DE ESCREVER
Madalena Freire, texto adaptado: “Observação, registro, reflexão. Instrumentos Metodológicos I. Ed Espaço Pedagógico págs. 38 a 50.”


Um trabalho sobre a importância do registro na educação..

SOBRE O ATO DE ESCREVER

(...) Escrever é muito difícil. Compromete mais que falar. Escrever deixa marca, registra pensamento, sonho, desejo de morte e vida. Escrever dá muito trabalho porque organiza e articula o pensamento na busca de conhecer o outro, a si, o mundo. Envolve, exige exercício disciplinado de persistência, resistência, na busca do seu texto verdadeiro, aquele que “o homem escreve com o seu próprio sangue”.

REFLEXÃO E FORMAÇÃO DO EDUCADOR


O ato de refletir é libertador porque instrumentaliza o educador no que ele tem de mais vital: o seu pensar. Educador algum é sujeito de sua prática se não tem apropriado a sua reflexão, o seu pensamento. Não existe ação reflexiva que não leve sempre a constatações, descobertas, reparos, aprofundamento. (...) Na concepção democrática de educação, onde o ato de refletir (apropriação do pensamento) é expressão original de cada sujeito, está implícito que não existe um modelo de reflexão. Cada educador tem sua marca, o seu modo de registrar seu pensamento. O importante é que cada um assuma este seu jeito.


Num primeiro momento a reflexão passa por um período de desintoxicação da visão autoritária que cada um viveu em relação à linguagem escrita. A constatação é :“escrevo sem pensar” , “não consigo escrever e refletir”. É como se pensamento e linguagem escrita caminhassem dissociados. Conquista-se nesse momento, um redimensionamento da linguagem oral e escrita. Esse movimento pode variar de intensidade e duração. Num segundo momento, o importante é que a reflexão seja um instrumento dinamizador entre prática e teoria. O crucial é fazer com que a reflexão nos conduza à ação transformadora, que nos comprometa com nossos desejos, nossas opções, nossa história.

IMPORTÂNCIA E FUNÇÃO DO REGISTRO ESCRITO


Mediados pelo registro deixamos nossa marca no mundo. Há muitos tipos de registros, em linguagens verbais e não verbais. Todos, quando socializados, historificam a existência social do indivíduo. Ainda mediados por nossos registros, tecemos o processo de apropriação de nossa história, a nível individual e coletivo.

A criança tem seu espaço de registro, reflexão, concretização de seu pensamento, no desenho, no jogo e na construção de sua escrita. Esta tarefa formaliza, dá forma, comunica o que pensa, para refletir, rever, revisar, aprofundar, construir o que ainda não conhece: o que necessita aprender.
A escrita materializa, dá concretude ao pensamento, dando condições assim de voltar ao passado, enquanto se está construindo a marca do presente. Mediados por nossos registros armazenamos informações da realidade, do objeto em estudo, para poder pensá-lo e apreendê-lo, construindo o conhecimento antes ignorado.


O registro escrito obriga o exercício de ações – operações mentais de classificação, ordenação, análise, obriga a objetivar e sintetizar, trabalhar a construção da estrutura do texto, a construção do pensamento. Somente nesse exercício disciplinado, cotidiano, solitário (mas povoado de interlocutores) do escrever, pode-se evitar, lutar contra a “vagabundagem do pensamento”. A escrita disciplina o pensamento para a construção do conhecimento e do processo de autoria. Uma coisa é ser escrito-reprodutor e reapresenta dor da linguagem escrita. Outra é, no exercício disciplinado do escrever, tornar-se escritor-sujeito-produtor de linguagem escrita.
A reflexão, o registro do pensamento envolve a todos: crianças, professores, educadores.... Cada um no seu espaço diferenciado, pensa, escreve a prática e faz teoria, onde o registro da reflexão, concretização do pensamento, é seu principal instrumento na construção da mudança e apropriação de sua história.


 

 

O Valor da Marteladinha




(Mário Sérgio Cortella
Conta-se que em uma imensa fábrica nos EUA, funcionando o tempo todo por 24 horas ininterruptas, plena de mecanismos sofisticados, máquinas avançadas e equipamentos hidráulicos de última geração, ocorreu uma pane desconhecida. De pronto, sem qualquer aviso, todo o sistema ficou paralisado. Ora, cada minuto era precioso, tendo em vista a perda acelerada de dólares que a parada causava. A engenharia de manutenção e o suporte técnico foram imediatamente chamados, os especialistas examinaram todas a estruturas possíveis, os relatórios informatizados e as planilhas de operação foram vasculhados e nada. O defeito não era localizado.

Passa-se um dia, dois e, no terceiro, com a direção já desesperada, prefere-se convocar dois técnicos do Japão, que, um dia após a chegada e a inspeção, já haviam desistido. No sexto dia, tarde da noite, reúne-se a desanimada diretoria, à beira do colapso criativo e próxima de buscar soluções esotéricas para sanar o imenso prejuízo acumulado. Num determinado momento, um dos diretores diz: "Lembrei-me de uma coisa! Há um velho encanador que trabalha há mais de 50 anos nesta cidade. Quem sabe, como recurso extremo, ele nos ajude". Sem alternativa, chamam o antigo profissional que, com sua maleta de ferro já desgastada, caminha silencioso por toda a fábrica e, de repente, perto da área central, pára, abaixa-se, coloca o ouvido no piso e dá um leve sorriso. Tira, então, da maleta, um martelo de borracha e, com ele, dá uma pancada no chão. Tudo volta a funcionar. Júbilo, alegrias, vivas.

O gerente financeiro, depois de abraçar efusivamente o encanador, pergunta pelo custo do serviço. Ele responde que são mil dólares. O gerente, atordoado, retruca: "Mil dólares por uma marteladinha? Não dá, não vão aceitar. Faça, por favor, uma nota fiscal detalhando todo o seu trabalho aqui". O velhinho não se incomoda: preenche o documento e entrega ao gerente, que lê a discriminação:

“a) dar a marteladinha, 1 dólar;

 b) saber onde dar a marteladinha, 999 dólares".