8 de fev. de 2013

A MÚSICA CANTA E CONTA A HISTÓRIA DO BRASIL



COLÉGIO ESTADUAL CARMEM ANDRADE LIMA

PROJETO INTERDISCIPLINARMusical -A Música Canta e Conta a História do Brasil: Da Colônia à Pós- modernidade.

CURSO: Ensino Médio         SÉRIE: 3ª       

DISCIPLINAS: História, Português, Redação e Arte.

COORDENAÇÃO: Neves Castro – professora de História

DURAÇÃO: Uma unidade (III)          ANO LETIVO: 2012.


1.      JUSTIFICATIVA

A História através da música em geral se concentra em temas mais abrangentes. Um exemplo foi a aula-show “República – Era de Heróis”, apresentada no dia 15 de novembro de 2008, no Museu da República. No evento, o público discutia como os heróis foram construídos ao longo da história da República, seja pelas elites ou pela própria população. Fossem eles militares, como Tiradentes e o duque de Caxias, políticos como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek ou Lula e populares, como João Cândido e Antônio Conselheiro, parlamentares como o índio Juruna, José Dirceu, além dos heróis anônimos e esquecidos. Debates paralelos questionavam como cada Constituição republicana legitimou os governos instaurados e como a Constituição de 1988 marcou o fim da ditadura e permitiu que os cidadãos voltassem a ter mais participação na política, com liberdade para construir novos herói
A relevância do projeto A música conta e canta a nossa história, consiste na metodologia aplicada, ou seja: a articulação da história com a música, com a teatralização de textos históricos, literários e dramatúrgicos, trabalhada de forma interativa e lúdica, estimulando e facilitando o público na construção do conhecimento sobre o Brasil, nos seus mais variados aspectos.

A proposta que aqui apresentamos pode ser traduzida em uma ação educativa – cultural relacionada à História Nacional, dirigida ao público jovem e adulto, e que tem na execução da aula-espetáculo musical sua principal ferramenta pedagógica. A música representa um relevante patrimônio brasileiro, e através dos ritmos e suas letras trazem um pouco do cotidiano dos brasileiros evidenciando também a forma com que interpretamos nossa realidade política, social e econômica.

A música está presente nas salas de aula muito mais do que pensamos. Muitos docentes não conseguem perceber que ao adentrarem as salas os aprendentes muitas vezes não percebem as suas presenças, pois estão com os aparelhos digitais sonoros no ouvido ou não, se deliciando com as letras e ou músicas que estão ouvindo. É preciso que nós paremos para observar, sentir que eles estão ouvindo e falando com esses gêneros muitos substantivos, adjetivos, complementos nominais e adjuntos adnominais, a biografia, relatos da vida e obra dos autores, as origens das letras, contam a sua história, determina onde e quando e porque a música ganhou popularidade ou não, e nós insistimos em não perceber. No ensino de Língua Portuguesa e Literatura, na História ou em qualquer outra disciplina é possível utilizar a música relacionando-a a conteúdos variados, gerando uma gama de possibilidades de nos tornarmos (docentes e aprendentes) autores de um currículo escolar coerente.
O que o nosso aprendente está ouvindo no seu ipod, enquanto estamos explicando conteúdo? É mais fácil exigir que este retire os fones ou desliguem os aparelhos do que refletir o porquê, do quê, o que ele está ouvindo e despertar mais a sua atenção?  Segundo Duarte Júnior (2007, p. 32-33) em análise às teorias de Gendlin, famoso teórico da psicologia da aprendizagem, uma das mais fundamentais é que ninguém adquire novos conceitos se estes não se referirem às suas experiências de vida (...) a experiência básica que temos do mundo é emocional, ou seja, é sentida, antes de ser compreendida.
As aulas podem tornar-se mais interessantes quando levamos a música completa para dentro da escola e da sala de aula e não nos conformamos em analisar apenas a letra, o que fazemos habitualmente. As músicas de Chico Buarque e Caetano Veloso são ricas em figuras, e por isso as encontramos tão facilmente sendo analisadas nos livros didáticos. Mas também é preciso procurar músicas mais atuais e próximas da realidade de nossos alunos para analisar, defender, contestar. Enfim, não adianta só criticar sem abrir as portas da escola para as letras musicais que apresentam duplos sentidos indo de encontro ao que a sociedade define como valores norteadores de respeito, justiça, ética, moralidade. A omissão pode redundar em danos bem mais graves do que uma tomada de posição democrática e que e geradora de debates ideológicos altamente consistentes
É cada vez mais visível a presença da música como linguagem artística no cotidiano dos nossos aprendentes, e geralmente ficam de fora das atividades escolares, ou são relegadas a planos secundários, usadas esporadicamente em eventos festivos da comunidade escolar, em datas comemorativas...  Enquanto isso, frequentemente os docentes precisam competir com os ipod’s ou qualquer tipo de aparelho eletrônico sonoro do qual o jovem não desgruda na sala de aula. Ou ainda, os corredores da escola presenciam as coreografias do momento, os gestuais corporais como sinônimo de alegria, de comemoração, ou apenas de “juventude”.

A escola, resistindo ou negligenciando a gama de possibilidades que a linguagem artística, seja através do teatro, da dança, da música ou dos aspectos visuais provocam nos aprendentes, deixa de fora também o “seu” mundo, as suas vivências, os seus interesses, o que lhe desperta os sentidos. E mais ainda, o que está “desviando” os seus valores seja eles afetivos, emocionais, de autoestima, e/o de conduta. O diálogo possível entre as artes e as diversas disciplinas talvez encontre resistência no segmento da comunidade escolar, que insistem em não ouvir o apelo, a perceber os sinais que a todo tempo os coadjuvantes do processo de ensino aprendizagem – os aprendentes demonstram em diversas ações, consideradas transgressoras ou não. 
É com vistas nessa pluralidade cultural, que pensamos em transformar as aulas em momentos prazerosos de aprendizagens, dando movimento, cor e alegria aos conteúdos, transformando-os em saberes construídos coletivamente, numa relação de intimidade, que redunde na construção de aprendizagens significativas e oportunizadoras de transformação da realidade social dos protagonistas desse processo –  os aprendentes.

2.      COMPETÊNCIAS

ü  Compreender, reconhecer e valorizar a linguagem artística como elemento indispensável para a formação cultural, intelectual e social do aprendente, utilizando-se do ferramental que as TIC oferecem (internet, DVD, Ipod, Tv pen drive, computadores, tablets) como suporte de pesquisa e na coleta de informações que usadas pedagogicamente transformem-se em conhecimentos ressignicados a serviço da comunidade escolar e da sociedade em geral.

ü  Estimular os aprendentes através da música, a desenvolverem a reflexão acerca do processo democrático e o exercício da cidadania, através de atuações individuais e coletivas para o estabelecimento dos valores éticos que constroem uma nação verdadeiramente plural, democrática e humanizada.

 

3.      HABILIDADES


ü  Reconhecer a importância de dominar as ferramentas virtuais como forma de inserção social.

ü  Desenvolver a interdisciplinaridade na construção do blog.

ü  Conhecer a cultura musical e rítmica que conta a história do povo brasileiro.

ü  Interagir com a juventude através das linguagens artísticas e chegar mais perto de seu universo, com o uso da tecnologia a que está habituado, promovendo valores essenciais para a motivação do viver.

ü  Conhecer, apreciar e adotar atitudes de respeito diante da variedade de manifestação musical.

ü  Fomentar o desenvolvimento da arte na escola, a produção de saberes artísticos, criando espaço e estímulo para a expressão de talentos na comunidade escolar juvenil.

ü  Explorar o potencial educativo da música, estimulando o desenvolvimento da musicalidade brasileira no ambiente escolar e valorizando as expressões culturais regionais.
Promover um ambiente educacional prazeroso, no qual a cultura, a arte e a educação se expressem, contribuindo para transformar a escola em um ambiente vivo e significante para os jovens.

ü  Analisar a historicidade da música a partir da relação do compositor e do momento em que a música foi criada com o tema abordado,

ü  Pesquisar recursos tecnológicos disponíveis na escola e na comunidade para a construção e apresentação da atividade proposta.

Reconhecer a importância de dominar as ferramentas virtuais como forma de inserção social.

ü  Valorizar o convívio pacífico e criativo dos diferentes componentes da diversidade cultural artística, validando a convivência pacífica entre os diferentes e respeitando as diferenças.

ü  Construir, expressar-se e comunicar-se através das artes e imagens plásticas visuais, articulando percepção, imaginação, memória, sensibilidade e reflexão.

ü  Desenvolver relação de autoconfiança com a própria produção, de modo a valorizar as diversas escolhas de interpretação e de criação.

ü  Situar e compreender as relações entre corpo, dança e sociedade.

ü  Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais.

ü  Analisar as influências históricas do mercado de trabalho na mobilidade dos diferentes grupos humanos que formam o Brasil.

ü  Conhecer e valorizar as formas de produção cultural mediadas pela tradição oral.

ü  Assumir uma consciência crítica e tomar decisões responsáveis.

ü  Valorizar a produção artística como expressão de identidade etnocultural.

ü  Posicionar-se de maneira crítica em relação ao consumismo às mensagens sem referências fidedignas.

ü  Reconhecer nas letras e ou gêneros musicais a existência e a ocorrência de discriminação e injustiças em situações de trabalho e consumo adotando uma postura de repúdio contra todo o tipo de discriminação de classe, origem, gênero, etnia e idade.

ü  Permitir a democratização do acesso ao universo artístico erudito e popular, oferecendo, para isso, o instrumental mínimo necessário quanto à terminologia, informação histórica e noções de técnica.

ü  Estimular a expressão artística do aluno por meio de materiais, formas e movimentos.

 

4.       PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
As equipes serão formadas por seis turmas do 3º ano e uma formada pelos concluintes do Tempo formativo (ensino médio), turnos vespertino e noturno do ensino médio. Cada equipe, com a mediação dos professores elegerão líderes e vices líderes, que assumirão a coordenação geral das atividades.
A proposta contempla uma íntima relação das competências e habilidades que a interdisciplinaridade e transversalidade, alimentam-se e se atravessem mutuamente abrindo espaço para a inclusão de saberes extraescolares, possibilitando a referência a sistemas de significados construídos na realidade dos aprendentes, tirando da escola o lugar de reprodução de relações de trabalho alienadas e alienantes, construindo o seu verdadeiro papel, que é de gerar possibilidades de construção de relações autônomas, de criação e recriação do seu próprio trabalho, de reconhecimento de si, Enfim, que possibilite redefinir sua relação com a cultura, com a história do seu país, numa proposta lúdico-cognitiva, onde a arte será o elemento vertebrador e consolidador das competências a serem garantidas.
O primeiro passo foi sensibilizar os aprendentes com seleção de músicas relacionadas ao tema a ser trabalhado. Com o repertório escolhido, o próximo passo: mostrar um breve histórico dos compositores e os períodos em que as canções foram compostas. A partir dessa apresentação, o propósito muito importante é deixar que os estudantes buscassem as suas próprias interpretações para as obras. Para finalizar, eles serão incentivados a pesquisar mais sobre determinados compositores e suas respectivas obras e socializar a pesquisa na sala de aula.

Nesta atividade, o estabelecimento de relações de ruptura e permanências, semelhanças e diferenças é um exercício contínuo a exemplo da comparação entre os sambas-enredo da Portela de 1957 e o da São Clemente de 2008, que falam sobre o mesmo assunto: A Chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. Portanto, defende-se nessa proposta didático-pedagógica a ideia de que a música não pode ficar restrita a um papel meramente ilustrativo. É preciso discutir a letra e até o ritmo da canção, pois esses aspectos podem propiciar a busca em outras fontes como livros e artigos previamente indicados ou não. Analisar a diferença entre os temas tratados nas letras nos ritmos musicais, ao longo do tempo e verificar como um mesmo evento é abordado em diferentes momentos podem render bons exercícios lúdico-cognitivos.


O formato da apresentação deve aliar a música e a História a outras linguagens, como o teatro e a literatura. Além disso, o uso de imagens, como fotografias de época, charges e pinturas históricas para enriquecer as apresentações. O espetáculo deverá ser temático, com apresentações performáticas e será apresentado na quadra esportiva da unidade de ensino, no turno noturno: (três equipes no 1º dia e quatro no 2º dia) iniciando-se às 19 h e terminando às 22 h e 30 min.


4.1 - ETAPAS

Ø Apresentação da proposta para todas as turmas/equipes.
 Proposta:
* Produção de um musical, do século XVI ao século XXI.

* Cada equipe, formada por uma turma, ficará responsável por um período.

* Os períodos serão sorteados entre as sete equipes.

* Cada equipe será identificada por letra: de A à F.

ü Equipe A. Colônia - 1550 a 1822.

ü Equipe B. Império -1824 a 1889.

ü Equipe C. República Velha - 1889 a 1930.

ü Equipe D. República Era Vargas (1º mandato) 1930 a 1945.

ü Equipe E. República Populista – De Dutra a Jango -1946 a 1964

ü Equipe D. República Militarista – 1964 a 1985.

Equipe E. República Nova - 1986 2012.

4. 2 - MONTAGEM DO MUSICAL
Ø  As equipes deverão usar as ferramentas das TIC para o/a:

1.      Desenvolvimento de pesquisas, listando um maior número possível de representantes compositores, com letra, música, intérpretes que se preocuparam em retratar o cotidiano da época em que viveram ou fatos históricos;

2.      Desenvolvimento de entrevistas on-line com questionário enviado por e-mail com arquivo em anexo;

3.      Promoção de entrevistas com filmagens e/ou fotografias;

4.      Produção de slides usando o Power Point;

5.      Produção de vídeo usando o Movie Maker;

6.      Gravação de músicas através da Internet, baixando músicas de discos raros, especialmente as equipes que apresentarão os períodos mais remotos da nossa história;

7.       Pesquisa de espetáculos musicais apresentados no Brasil, a exemplo do programa da Rede Globo de Televisão, como o Som Brasil;

8.      Divulgação do convite do evento no blog da escola, construído por eles, com imagem e cores, em forma de folder, com toda a programação, usando os recursos do computador, para a comunidade escolar assistir ao espetáculo;

9.      Envio dos informes para os colegas da equipe, datas e locais e horários de reuniões extraclasses, novas decisões, solicitações e ou orientações, via e mail e o que ocorrer;

10.  Desenvolver entrevistas on-line com questionário enviado por e-mail com arquivo em anexo.

 

Ø  As equipes deverão formar comissões que serão setorizadas:

1.      Comissão de pesquisa: letras, autores, intérpretes...

2.      Comissão de roteiro e direção.

3.      Comissão de cenário.

4.    Comissão de figurino.

5.    Comissão de iluminação e som.

6.    Comissão de finanças.

 

    O formato da apresentação deve aliar a música e a História a outras linguagens, como o teatro e a literatura. Além disso, o uso de imagens, como fotografias de época, charges e pinturas históricas para enriquecer a apresentação. O espetáculo deverá ser temático, com apresentações performáticas e as apresentações acontecerão na quadra esportiva da unidade de ensino, no turno noturno: (três equipes no 1º dia e quatro no 2º dia) iniciando-se às 19 h e terminando às 22 h e 30 min.

 

 

5.     RECURSOS

ü Livros didáticos e paradidáticos;

ü Jornais e revistas de circulação local, regional e nacional;

ü Enciclopédias;

ü Televisão e DVD, aparelho de som;

ü Computador (internet) tablet, Home page;

ü Papel flip chart (metro/madeira);

ü Malha de cores diversas;

ü Fita adesiva;

ü Cola;

ü Tinta acrílica;

ü Papel (cartão, seda, ofício, laminado...);

ü Pincel, tela e grafite;

ü Toldos (locar ou alugar);

ü Projetor de slide (data show) e Retroprojetor;

ü Telão;

ü Salas de aula (espaço);

ü Mesas e cadeiras;

ü Faixa para divulgação do evento;

ü Materiais específicos dos sub temas;

ü Faixa para divulgação do evento;

ü Fichas para avaliação das equipes;

ü Fichas de acompanhamento para avaliação (relatório) das reuniões;

ü Quadra esportiva;

ü Palco (tablado);

ü Som de maior potência e oito  microfones (alugar ou locar);

ü Outros.

 

6.      EMPREENDIMENTO FINAL (CULMINÂNCIA)

 

As apresentações obedecerão ao formato de um MUSICAL, que deverá aliar a música e a História a outras linguagens, como o teatro e a literatura. Além disso, poderão fazer o uso de imagens, como fotografias de época, charges e pinturas históricas para enriquecer a apresentação. O espetáculo deverá ser temático, com apresentações performáticas e as apresentações acontecerão na quadra esportiva da unidade de ensino, no turno noturno: (três equipes no 1º dia e quatro no 2º dia) iniciando-se às 19 h e terminando às 22 h e 30 min.

 

7.      AVALIAÇÃO

 

No processo de avaliação serão contemplados o conhecimento prévio, as hipóteses e os domínios dos e das aprendentes, relacionando-os com as mudanças que ocorrerem no processo, como as noções, conceitos, procedimentos e atitudes, comparando o antes, o durante e o depois, com caráter diagnóstico.

 

Concretamente, a avaliação será feita mediante fichas específicas, conforme critérios pré estabelecidos nas tarefas, relatórios escritos em todas as reuniões, fornecidos pela coordenação do evento, aos líderes das equipes que registrarão a atuação e ou desempenho de cada componente nas reuniões que ocorrerão em todo o período de execução do  projeto.

 

A nota se constituirá na primeira etapa da primeira testagem da III unidade, com uma pontuação que variará de zero a cinco, de acordo com o relatório e cumprimento do critérios discutidos e acordados entre mediadores e aprendentes regulamento e tarefas. Portanto, o valor final da atividade será definido por cada grupo: docente/aprendentes, a depender dos propósitos de cada disciplina envolvida no projeto.

 

 

8.      CONSIDERAÇÕES FINAIS

As diversas pesquisas na área provam que centenas de compositores se preocuparam em retratar o cotidiano da época em que viveram ou fatos históricos. Dessa forma, a música se transforma em uma ferramenta de aprendizado muito poderosa e um grande auxílio para os docentes. Por isso, esperamos que os resultados do projeto não demorem a aparecer. O que os aprendentes, ainda consideram “músicas de gente velha” passem a fazer parte da trilha sonora de seu cotidiano. Muitos trocarão ideias com os pais sobre a época das composições, os estilos musicais e alguns autores quase esquecidos pela memória musical brasileira. Alguns aprendentes durante o projeto ouviram algumas músicas de Chiquinha Gonzaga e desejaram conhecer passaram a conhecer boa parte da sua discografia. Este interesse se estendeu para a Internet, onde vários desses adolescentes começaram a baixar músicas de discos raros. A experiência bem-sucedida em sala de aula pouco a pouco foi se ampliando e começou a atingir um público maior, de modo que a ideia parece ter ganhado mais adeptos, e acredito que na próxima edição outras áreas se integrarão.

A escola precisa unir forças, buscar estímulos internos para que o ambiente educativo expresse o apreço pelos saberes plurais, e abra espaço para os saberes singulares. A Arte é um caminho e pode ser ponte na conquista dessa mudança de postura metodológica e pedagógica. Há muito tempo que estudiosos clamam para que se estabeleçam vínculos, contextualizem conhecimentos, e vejam a boniteza que Paulo Freire denominava de conhecimento de mundo, e alertava que “de nada adianta o discurso competente se a ação pedagógica é impermeável à mudanças”.

Diferenciar o ensino, segundo Perrenoud, “é fazer com que cada aprendiz vivencie, tão frequentemente e quanto possível, situações fecundas de aprendizagem”. E a escola necessita urgentemente desse estado de fecundidade permanente, para que se possam gestar pessoas com saberes plural e, concomitantemente singular (FRANGE, 2007, 36-37).

É com vistas nessa multiculturalidade que pensamos em transformar as aulas em momentos prazerosos de aprendizagens, dando movimento, cor e alegria aos conteúdos, transformando-os em saberes construídos coletivamente, numa relação de intimidade, de modo a redundar na construção de aprendizagens significativas e oportunizadoras de transformação da realidade social dos protagonistas desse processo – os aprendentes.

 

 

 

 

 

 

9.       REFERÊNCIAS

 

AQUINO, Rubim Santos Leão de; DIAS, Luís Sérgio. O samba-enredo visita a História do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna. 2009.

BITTENCOURT, Circe. Ensino da História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.

CARDOSO, Fernando Henrique. "Notas sobre o estado atual dos estudos sobre dependência". Cadernos CEBRAP (11):23-47 São Paulo, 1975, p. 29.

LOPES, José Junior. A introdução da informática no ambiente escolar. In: Clube do professor. 23 de fevereiro de 2004. Disponível em http://clubedoprofessor.com.br/artigos/artigojunior.pdf.
MÁXIMO, João; DIDIER, Carlos. Noel Rosa – uma biografia. Brasília: Editora UNB, 1990.

MERÇON, Paulo Gustavo de Amarante, Relação de trabalho : contramão dos serviços de consumo, LTR: revista legislação do trabalho, v.70, nº 05, p. 590 598, mai. de 2006
NAPOLITANO, Marcos. História e Música: história cultural da música popular. Belo Horizonte: Editora Autêntica. 2002.
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994
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